Domingo XIII do Tempo Comum

Os textos deste domingo apresentam uma reflexão sobre alguns aspectos do discipulado. Fundamentalmente, diz-se quem é o discípulo (todo aquele que, pelo baptismo, se identifica com Jesus, faz de Jesus a sua referência e O segue), e define-se a missão do discípulo (tornar presente na história e no tempo o projecto de salvação que Deus tem para os homens).

O Evangelho deste domingo é na verdade uma catequese sobre o discipulado, que responde à pergunta: Como amar a Deus? Vejamos três características deste amor com que devemos responder:

1. Com um amor de preferência

Neste Evangelho, Jesus dirige-se aos seus apóstolos, àqueles que está a formar, para fazer deles os seus enviado ao mundo. E diz-lhes como é que Ele quer ser amado. Ele reclama um amor de preferência.

“Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim”. (Mateus 10:37)

Jesus é muito claro. Ele não disse: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim ainda não é perfeito, ou ainda não é um santo, Ele disse: “não é digno de Mim.” Não é opcional, ou fazemos isso ou não somos seus discípulos.

Jesus pede-nos para que seja Ele a primeira prioridade da nossa vida e que tudo o mais lhe seja subordinado! Quanto mais Deus estiver em primeiro lugar, mais teremos capacidade de fazer tudo o resto.

2. Descobrindo Deus no outro

A outra maneira de amar a Deus é bastante simples: “Quem vos recebe, a Mim recebe.” (Mateus 10:40), é ver Jesus no próximo. Queres amar a Deus? Simples: acolhe aqueles que encontrares como sendo Cristo vivendo em pessoa diante de ti.

Recorda a palavra de Jesus: “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:40)

Mas não esqueças que é um duplo movimento: é necessário também deixarmo-nos acolher (como o faz o profeta Eliseu na primeira leitura), nem sempre é fácil deixarmo-nos acolher, por vezes gostamos de fazer o bem ao outro, mas não somos capazes de receber, de pedir ajuda, de precisar do outro.

3. Vivendo uma vida nova

Por fim, amar a Deus é também viver uma vida nova, como diz São Paulo na segunda leitura: “Fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.” (Romanos 6:4)

Isto significa que ser cristão deve manifestar-se no nosso modo de vida, devemos viver de forma diferente de quando éramos pagãos. Não que vivamos à margem da sociedade, mas, como dizia o Cardeal Lustiger: “Peço-vos que inventeis uma nova arte de viver.”

Pergunta-te

– Que lugar ocupa Deus na minha vida?

– Que fazer para que se torne a minha primeira prioridade?

– Que tenho de deixar para viver uma vida nova?