Vivendo sem máscaras!

04/11/2023 Por IAA

Domingo XXXI do Tempo Comum — 5 novembro 2023

Jesus é um interlocutor exigente porque quer alcançar o fundo do coração do homem. Todos querem parecer bem e para isso muitas vezes recorremos a mascaras ou a maquiagem para esconder as imperfeições ou melhorar o nosso aspeto. Na verdade, estamos convencidos de que, se as pessoas conhecessem a verdade, não nos amariam. Porém, Jesus não se contenta com o superficial e procura nos seus interlocutores o que há de mais profundo na coerência de vida, a verdadeira motivação e a humildade.

1. Coerência de vida

Muitas vezes não somos verdadeiros connosco mesmos, nem com Deus, nem com os outros. A isto chamamos mentira ou hipocrisia. Ora, a nossa sociedade é bastante sensível a esta coerência entre palavra e ação, não perdoando a quem dá lições e faz o contrário.

Por isso Jesus dizia dos fariseus: “Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem.” Mateus 23:3

Jesus impactava as pessoas porque havia uma profunda coerência entre o que Ele dizia e o que fazia. Todos somos chamados a impactar os outros, a ser “influencers”. Isto é, a ser capaz de influenciar a partir do nosso comportamento, mas para isso acontecer, precisamos ser coerentes e verdadeiros.

No quotidiano corremos dois perigos:

– Ser incoerente: a Palavra de Deus ensina algo, é isso que eu professo como cristão, mas não o vivo.

– Diminuir os padrões do que ensina a Palavra de Deus para não parecer incoerente. Quando pecamos e não nos arrependemos, nem queremos mudar, então justificamo-nos ou inventamos desculpas.

2. A verdadeira motivação

“Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens…” Mateus 23:5

Jesus quer perscrutar as profundezas do nosso coração, a razão profunda da nossa ação. Por isso pede-lhe: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.” Salmos 139:23-24

– Jesus procura a pureza de intenção. Não lhe interessam tanto as grandes manifestações exteriores como as pequenas ações feitas no silêncio e na humildade. Porque vou à missa – por amor a Deus ou porque senão as pessoas vão falar? Por que fico com meu marido/com a minha mulher apesar das dificuldades – por amor e desejo de fazer a vontade de Deus, ou por medo de acabar sozinho(a) ou com medo do que os outros vão dizer? Por que oro ou ajudo um pobre – por que vejo Cristo nele, ou para ficar de consciência tranquila?

3.Verdadeira humildade

Quem pode dizer que é humilde? O orgulho está escondido em toda a parte, mesmo em nossos atos de aparente humildade

Os valores que governam o nosso mundo garantem-nos que a realização plena e a felicidade do homem dependem da posição a que ele conseguir elevar-se na estrutura hierárquica da comunidade em que está inserido (social, religiosa, profissional…) e do poder, da importância, do reconhecimento que ele souber granjear, da sua capacidade de obter sucesso; mas Jesus garante-nos que a realização plena do homem depende da sua capacidade de amar e de servir… Em jogo estão duas visões antagónicas da finalidade da vida do homem e dos caminhos que cada pessoa deve percorrer para atingir a sua realização plena.

– Como alcançar a humildade? Contemplando Cristo. Ele que é Deus, faz-se tão pequeno que morre na cruz. Quanto mais contemplamos a Cruz, mais humildes nos tornamos. Quanto mais aceitamos a humilhação como Jesus, mais nos tronamos parecidos com Cristo.

PPP

– Escolher viver na verdade: sem esconder, dissimular, aparentar, enganar, manipular.

– Quando vivemos uma humilhação dizer a Jesus: “Senhor, por esta humilhação de hoje, faz-me mais humilde. Tira um pouco mais do meu orgulho. Por esta humilhação, santifica-me.”

– Viver a humildade num acto concreto de serviço.