Santíssima Trindade
04/06/2023A Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.
Como viver a Trindade?
I – O PAI é o mistério insondável de amor que dá origem a tudo o que existe. Ele é a fonte oculta que não tem origem e da qual nasce todo o bem, o belo e misericordioso. N’Ele começa tudo o que é vida e amor. O Pai não sabe senão dar-se e dar gratuitamente e sem condições. Ele é assim. Ele conduz tudo continuamente à vitória definitiva da VIDA.
Crer num Deus Pai é saber-se acolhido. Deus aceita-me como sou. Quer somente a minha vida e a minha felicidade eterna. Posso viver com confiança e sem temor. Não conhecerei a experiência mais terrível e insuportável para um ser humano: sentir-se rejeitado por todos, não ser aceite por ninguém. Deus é meu Pai. Jamais serei um estranho para Deus, sou filho/filha.
II – O FILHO existe recebendo-se totalmente do Pai. Ele é assim. Puro acolhimento, resposta perfeita ao Pai, reflexo do seu amor. Por isso, não se apropria de nada. Recebe a vida como presente e a difunde sobre nós e a criação inteira. O Filho é o nosso irmão mais velho, aquele que nos revela o rosto verdadeiro do Pai e nos ensina o caminho até Ele.
Crer num Deus Filho é saber-se acompanhado. Não estamos sozinhos diante de Deus, perdidos e desorientados, sem saber como situar-nos perante o seu mistério. O Filho de Deus feito homem ensina-nos a viver acolhendo e difundindo o amor do Pai. Enraizados n’Ele não conheceremos a experiência destruidora da solidão. Quem não sabe receber amor, não sabe o que é viver. Quem não sabe dar amor, está a morrer.
III – O ESPÍRITO SANTO é a comunhão do Pai e do Filho, abraço recíproco, amor compartilhado, compenetração mútua. Ele é assim. Transbordamento do amor, força criadora e renovadora, energia amorosa que tudo transforma.
Crer num Deus Espírito Santo é saber-se habitado pelo amor. Não estamos vazios e sem núcleo interior, indefesos diante do nosso próprio egoísmo. Habita-nos o dinamismo do amor. O Espírito mantém-nos em comunhão com o Pai e com o Filho. Ele consola-nos, renova-nos e mantém vivo em nós o desejo de Deus reinando num mundo mais humano e fraterno.